Os primeiros escritos
que tive o interesse de ler em toda a minha vida foram quadrinhos.
Coisas como as obras de Maurício de Souza ou as tira de Bill
Watterson eram e são meu principal entretenimento. Isso ocorre já
que para crianças, essas páginas recheadas de balões e desenhos,
são seus primeiros livros.
E então é que me
revolto com certos pais, quando reclamam da garotada que lê mangá
dizendo que “é inútil”. Não estou aqui aqui dos meus
sentimentos em relação aos meus anos de criança, nem quero que as
crianças se afundem em um mundo de quadrinhos, as alienando, e sim
de fatos concretos da minha opinião.
Como professor, sei
como é difícil introduzir garotos a um mundo de leitura. Possuímos
uma educação precária que cria uma imensa número de semi
analfabetos a cada ano. O que poderia ser remediado com modos mais
eficazes de leitura. Ai que entraria o mangá e outros tipos de artes
visuais.
Uma ideia louca me veio
a cabeça falando com meu amigo Horn de levar essas obras nipônicas
aos alunos em escolas públicas. Obviamente, só as mais
recomendáveis. Poderíamos colocar nas mãos de um adolescente um
volume de Rurouni Kenshin, que apesar de ser uma obra shounen
recheada de batalhas com espadas, mostra vários aspectos culturais e
históricos do Japão. Alguns até mais contemporâneos como Gen –
Pés Descalços. Da mesma forma, seria possível trazer uma biografia
como Adolf ou Buda, de Osamu Tezuka, ou talvez uma obra mais clássica
desse mestre como A Princesa e o Cavaleiro.
Falo isso pois entendo
mais de mangá, mas outras obras de cunho internacional e nacional
serviriam do mesmo modo (como as de Will Eisner ou até mesmo Anita
Costa Prado).
E um dia espero que uma
leitura para um filho meu, seja um livro de Vida e Morte Severina ou
quem sabe um Akira. E não um livro que não exerce nenhuma reflexão
como Crepúsculo e suas continuações. Afinal, contos de fadas devem
possuir “fadas”, não vampiros com “problemas em tomar decisões
e atitudes”.
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