Como último post falando sobre preconceito devo falar sobre ele no RPG. Não estou querendo falar que existe isso no nosso meio, apesar de haver, mas sim nos lembrar que aqui ainda tratamos de um blog de um jogo de interpretação de personagens.
"Mas como assim?" você se
pergunta e eu lhe respondo: toda vez que um vilão, antagonista ou
personagem de jogadores interpretam certos defeitos, ou até mesmo
qualidades, ele demonstra certos sentimentos. Podem ser de repulsa ou de
apreciação mas eles estão lá. Vamos explorar alguns deles. Com relação
ao preconceito.
Preconceito racial:
esse normalmente pode ser usado em uma campanha de guerra,
especialmente quando usamos ele como pano de fundo na Segunda Guerra
Mundial. Muitas vezes as pessoas colocam a caça ao judeus na Alemanha
nazista e o repúdio aos negros como um preconceito religioso, devido ao
fato dos primeiros terem sido o povo "culpado" pela morte de Jesus. Mas
essa desculpa é extremamente estapafúrdia, lembrando que o próprio
Redentor morreu perdoando todos os pecados dos homens. Então como usar o
preconceito racial nessa linha do tempo? Podemos usa-lo como um modo de
obter dinheiro e apoio (afinal, os judeus eram detentores de grandes
posses e capitais, aos quais o governo precisava para financiar os
combates) OU simples preconceito sem sentido.
Nesse
último caso, podemos utilizar grupos de skinheads em campanhas modernas
também, como um cria de fenris (com descendência germânica obvia)
contra um bando de brujahs (punks em sua maioria, um dos alvos dos
neo-nazistas nos dias de hoje), ou algo parecido. Quem sabe até mesmo
uma simples campanha em uma grande metrópole como São Paulo. Nada impede
que uma mente criativa crie cenários, não só de combate, mas em que
filosofias antigas se enfrentem no perímetro urbano.
Mas
lembre-se que esses grupos são sempre violentos e suas filosofias de
combate sobrepujam qualquer tipo pensamento lógico. Não estou falando
isso com o olhar de alguém que vê isso nos jornais. Já vi muitas coisas
do gênero só passando em São Paulo. Preste mais atenção ao seu redor.
Sim, é um homem! |
Preconceito sexual: em muitas culturas
antigas, e até mesmo algumas modernas com hábitos muito baseados em seu
passado, é normal ver uma sociedade em que a mulher é considerada
oprimida. Até mesmo hoje, talvez nem tanto aqui no ocidente mas no
oriente médio (e por que não, em países como Japão e China), a mulher é
tratada como uma pessoa de categoria inferior. Mesmo os animes e mangás
que tanto gosto, não retratam a posição da mulher na sociedade da época.
Uma mulher guerreira em uma campanha medieval seria algo estranho para
os homens do grupo. Ironicamente, isso também é estranho para um grupo
de RPGistas com uma ou duas mulheres em seu núcleo. Isso se torna até
engraçado, com os homens do grupo tentando agradar a "novata".
Ah
e como não falar do homossexualismo. E você que adorou o filme 300, mas
que nunca chegaria perto de um gay ou lésbica: muitos soldados nesse
período eram colocados para dormir juntos para reforçar os laços de
amizade, o que eventualmente causava mais do que isso. Lembrando que as
culturas grega e romana são conhecidas por suas bacanais! Orgias, para
os menos acostumados com os termos. Me lembro até que coloquei um
personagem espadachim de nome Jacques, que se vestia como mulher na
época das Cruzadas em uma campanha minha. Ele não era homossexual mesmo,
mas havia ocorrido um grande trauma na vida dele que o fez querer usar
as roupas de sua noiva. Há uma diferença entre ser uma
pessoa andrógina e uma pessoa homossexual. Não taxe ninguém sem a
conhecer!
E uma pessoa sendo ou não homossexual, não
possui nenhuma doença ou problema mental. Isso é algo que faz parte da
personalidade dela, o que a completa.
Vai falar que RPG não é coisa de garota pra ela... |
E quando o mal em si não é o inimigo? |
Preconceito religioso: muitas vezes o uso
da fé gerou conflitos terríveis, como no caso das Cruzadas. A religião é
um tema recorrente em campanhas, quase sempre colocando o bem contra o
mal. Isso é mais claro se colocarmos divindades muito contrárias em
conflito como Tyr e Bane. Mas e quando as fés não são malignas mas
certos interesses mundanos interferem nos seus intentos? Por exemplo, um
artefato ao qual ambas as fés reclamam como sendo de propriedade da
divindade ao qual estão ligados. Me lembrei agora de minha mãe, uma
pessoa extremamente aos preceitos religiosos, mas que odeia Testemunhas
de Jeová. Não que eles não sejam chatos (desculpem mas eu acho que são
XP), mas ela tem a capacidade de ofende-los da pior maneira possível por
ser de outra fé, não por um motivo mais concreto! Complicado, não é?
Bem
de qualquer maneira quero que fique claro, preconceito é algo ruim na
minha opinião. Mas isso é um conceito que criei com muito cuidado. Não
algo que aderi sem nem pensar.
Meu parceiro de publicações, hoje coloquei esse tópico no meu blog para divulgação desse assunto que é pouco tratado mas que li e confirmo em todos os pontos o que foi descrito. Um forte abraço !
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