A história de Éden se passa em um futuro indeterminado onde 15% da população mundial foi acometida por uma pandemia causada por um vírus letal. Ao mesmo tempo, a Organização das Nações unidas foi substituída por uma organização secreta denominada Propater, que passa a assumir o controle de todo o mundo
A esperança reside e um casal de jovens aparentemente imunes ao vírus e mantidas sob a proteção de um cientista homossexual vitimado pelo vírus.
A história do mangá se estende ao longo de duas gerações e os protagonistas se envolvem em questões consideradas hoje polêmicas, como drogas, prostituição, ultra-violência, entre outros temas que sinalizam Éden como sendo um mangá destinado a um público maduro.
Pode-se dizer que o autor Hiroki Endo foi feliz ao misturar ficção, drama, suspense e terror em uma história absorvente em que o leitor acaba criando um vínculo com os protagonistas. O excesso de violência mostrado nas páginas de Éden acompanha a trama pós-apocalíptica, onde o caos é uma presença constante, a ordem acaba vindo de forma inesperada para todos os envolvidos na narrativa.
Como curiosidade, os personagens de Éden receberam nomes de deidades da Mitologia Gnóstica, um capricho de Endo, que acaba fazendo sentido no final da história.
É inevitável comparar Éden com Akira, já que ambos utilizam elementos presentes no universo cyberpunk. O diferencial de Éden reside na sua história, que supera Akira em termos de complexidade e violência. Vale salientar que a violência presente em Éden é a mais gráfica possível, o que pode chocar os mais sensíveis. O traço realista é o ingrediente final no contexto de Éden e se encaixa perfeitamente na história sombria e violenta do mangá.
E mais que uma ficção violenta, Éden também é uma jornada ao auto-conhecimento, pois o mangá mostra, de uma forma bem original, que todos os seres do planeta estão conectados a uma consciência maior, e que o ser humano, em detrimento da ambição e do orgulho, acabou se esquecendo dessa conexão com o todo.
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